Bom dia!
Depois de quase 4 meses sem escrever aqui estou novamente e espero que vocês voltem a caminhar comigo, vamos juntos???
Demorei muito para escrever esta postagem por muitos motivos: falta de tempo, problemas de saúde e um certo “apego” ao Caminho hahaha. É…, eu explico!
Tinha a sensação que se eu terminasse de escrever, o Caminho terminaria também…, e como queria que ele durasse para sempre, parece que andei evitando escrever sobre ele!
Mas aqui estamos nós de novo!!!
Além disso, este foi um dia muito especial no Caminho. Especial pelo trecho que estávamos, pelas pessoas que estavam comigo e pelos acontecimentos deste dia e por isso mesmo, foi um dia bem longo...
Pensei em dividir este vigésimo primeiro dia em postagens diferentes para não ficar muito longa, ainda mais porque tem muitas fotos que eu gostaria de compartilhar, mas não consegui dividir. Peço perdão ao leitor, mas a postagem é longa!
Boa caminhada!!!
Saímos cedo para ver o nascer do sol do ponto mais alto do Caminho Francês, próximo a Cruz de Ferro… e a lua ainda estava lá,… e como estava linda!!! Espetáculos da natureza!!! Infelizmente as fotos não fazem jus a tamanha beleza…
Depois do espetáculo, seguimos, nós peregrinos, em direção a famosa Cruz de Ferro. Para quem não sabe, a Cruz de Ferro é uma parte muito importante do Caminho. Segundo a tradição, cada peregrino deveria carregar uma pedra consigo que represente todo peso da sua vida e tudo aquilo que ele quer deixar ir para deixa-la na base da Cruz de Ferro. É uma ponto de concentração forte de energia. Muito forte!!!
Eu carreguei comigo várias pedras! Uma pedra que era minha e outras de alguns amigos que simbolicamente fizeram esta caminhada comigo. Algumas eu levei do Brasil pra lá, outras eu peguei no própria caminho, quando alguma pessoa aparecia insistidamente no meu pensamento! Deixei todas as pedras lá…
Chegamos enfim na famosa Cruz de Ferro!
A cruz em si não tem nenhuma beleza em especial, o que é belo é tudo que ela representa e o caminho para chegar até ela….
Chegamos juntos, eu, Déa, Wag, Teo, Arunas e Jesus! Todos emocionados! Choramos! Meditamos! Oramos! Desabafamos! Compartilhamos… Energia forte!!! Todos somos um…
Palavras não explicam… nesse caso, complicam!
Deixei as pedras, os medos, os pesos, as magoas, as culpas, as dores,…, e me recarreguei de esperança! Não importa se eventualmente os pesos, os medos, as culpas, as magoas e as dores voltam!!! Naquele momento, fiquei leve, fiquei livre,…, feliz!!!
E seguimos em silêncio…
Seguimos… e no Caminho nos deparamos com o albergue de Manjarin, com suas bandeiras e placas, e seu hospedeiro que veio até o Caminho nos saudar!
Segundo ele, um lindo anjo de asas abertas nos acompanhava! Grupo abençoado de acordo com nosso novo amigo!!!
Emoção… gratidão… e seguimos…
Paramos em Acebo, um pequeno vilarejo, para comer e descansar um pouco. Tirei as botas, comprei umas frutas e fiquei conversando com Teo. No início daquela manhã, eu tinha pedido que o universo me desse um sinal do que fazer com minha vida, de qual caminho seguir, perguntando ao que mais eu deveria me dedicar na minha vida….
Na lanchonete onde meus amigos peregrinos comiam, tinha também um peregrino fazendo Reik no joelho de outra peregrina. Perguntei o que ele fazia, já que ele usava uns mudras (gestos energéticos nas mãos) ao impor as mãos.
Seu nome era Lui, e me explicou que fazia Reik, mas que seu mestre era tibetano e que tinha ensinado ele fazer Reiki usando os mudras nas mãos. Contei que também era reikiana e ele fez um longo discurso sobre a importância da prática do Reiki em mim mesma e nos outros peregrinos. Suas palavras tocaram meu coração e chorei pela segunda vez naquele dia, tocada pelas palavras daquele desconhecido… Pensei muito no Reiki, em como o Reiki mudou minha vida, pensei na Billa, minha mestre de Reiki…
Seria uma mensagem do Caminho? Seria o sinal que tinha pedido pela manhã que o Universo me enviasse?
…
Meu coração batia forte…
…
Seguimos nosso Caminho!
Passamos num outro pequeno vilarejo e chegamos à Molinaseca, uma cidade com piscinas naturais.
Paramos para nos refrescar e descansar. Há essa distância, mais ou menos 23 km de caminhada até então, minha canelite já começava a gritar, e cheguei a Molina seca com lágrimas nos olhos por causa da dor. Tudo que eu queria era ficar naquela cidade por causa da dor! Deveria ter ficado???
Nos refrescamos um pouco nas piscinas naturais, descansamos e curtimos o momento juntos.
Com o descanso e a agua fria a dor aliviou um pouco e pude seguir com meus amigos até Ponferrada, completando 27km naquele vigésimo primeiro dia!!!
Albergue, banho, lavar roupa e mais caminhada para conhecer a cidade e jantarmos…
O dia foi lindo, cheio de encantos e mensagens profundas , mas também muito dolorido! Fui dormir sem saber ao certo o que fazer… Queria ficar com o grupo, com aquelas pessoas tão especiais que tinha conhecido, mas o ritmo deles não era o meu naquele momento… não era o ritmo que minha canelite estava me permitindo, não era o ritmo que meu coração queria seguir… estávamos em momentos diferentes apesar da vontade de estar juntos… De qualquer forma, foi um dia muito especial e estra com eles tornou o dia grandioso!
Eu entrego, confio, aceito e agradeço!!! Tinha fé que tudo iria se resolver…
Buen Camino!!
Thais
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