Chegando em Sahagun, fiz meu check in no albergue, deixei a mochila e fui me arrastando até uma farmácia ali perto. A farmacêutica, muito simpática, confirmou a hipótese de que pudesse ser mesmo a agua daquele região que tinha me feito mal e me receitou soro. Recomendou também que eu não comesse nada naquele dia.
Fui ao mercado do lado da farmácia comprar agua mineral, e o dono, chamado Elias, me deu duas maças e uma banana, além da agua mineral que eu comprei e sugeriu que eu as comesse no final da tarde, depois que o soro fizesse efeito e eu me sentisse um pouco melhor.
Recomendou tb que eu tomasse agua tônica e pediu para que voltasse pela manha quando estivesse melhor para pegar pão fresco e iogurte antes de começar a caminhar. Uma pessoa do bem!!!
Voltei para o albergue medicada, cuidada e agradecida por encontrar pessoas tão atenciosas neste dia em que eu estava doente. Tomei o máximo de soro que consegui e dormi do meio dia até as 17 horas.
Ainda zonza, mas com dor no estomago levantei apenas para ir ao banheiro e voltei para cama, e quando estava me preparando para voltar a dormir, quem eu vejo? O Wagner! Que alegria revê-lo! 
Ele, tinha entrado para checar o albergue, mas não tinha gostado muito, e nem tinha me visto e já estava de saída quando eu o vi. Se eu não tivesse acordado para ir ao banheiro, também não o teria visto…
Depois de alguns dias separados, que alegria reencontra-lo, ainda mais nesse dia em que eu precisava tanto de um amigo por perto. Minhas orações foram ouvidas!!!
Era o ultimo dia da Lívia, a húngara, no Caminho e eles iriam sair para jantar. Fui até o restaurante com eles, mas o máximo que consegui comer foi uma maça, e mesmo assim tive que voltar logo pro albergue, pois estava muito fraca ainda.
Neste dia, conheci também a Andréa de BH e o Teo de Paraty no albergue. Duas pessoas lindas com as quais eu viria a caminhar vários dias no final do caminho!
O mais intrigante disso tudo, é que o Wagner, que começou o caminho comigo, provavelmente só me alcançou porque eu tive aquela dor na perna e andei pouco no dia anterior e porque neste dia eu não andei quase nada. Se eu tivesse boa, não sei se nos encontraríamos de novo! Interessante também ele me contar como tinha ido parar lá, como se tivesse ouvido um chamado…
Mais intrigante ainda foi eu acordar na manhã seguinte sem dor alguma, completamente saudável, como se nada tivesse acontecido no dia anterior! Acordei super disposta, nem parecia que eu tinha passado o dia anterior á base de soro e uma única maça!!!
O Caminho é mesmo especial e mostra que não temos controle sobre nada, por mais que a gente queira…
Tirei algumas fotos do albergue na manhã seguinte, só pra registar este local onde voltei a encontrar meu amigo gaúcho…
Ah, como neste dia não tirei fotos, vou postar só por curiosidade, uma foto antiga! Lembram daquele dia que eu dormi na frente da igreja? Então, achei algumas fotos deste dia na página do Krasimir e compartilho duas aqui com vocês:
Até a próxima postagem!
Buen Camino!!!
Thais
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