Nesse décimo terceiro dia no caminho, saí de Carrion de los Condes sozinha, com o dia amanhecendo. Só vi um bicigrino na minha frente, nenhum peregrino a frente nem atrás. Solitude e silêncio matinal…
Andei por algum tempo sozinha até que alcançasse os primeiros peregrinos. Todos haviam saído mais cedo do albergue.
Nesse dia conheci outra brasileira no Caminho: a Cristina de São Paulo. Ela, com 65 anos de idade, tinha um pique invejável! O Caminho é mesmo um lugar para pessoas de todo lugares e de todas idades… para todos que sonham e acreditam que podem estar lá!
Caminhamos juntas algum tempo pela plenitude do caminho: uma reta interminável e quente!! rsrsrs
Mas que com companhia, tornou-se menos enfadonha. Na minha opinião a parte plana do Caminho é a menos interessante! Além disso, a mesmice força a musculatura e as articulações de maneira repetitiva e a chance de lesões parecia maior…
Cansaço físico e psicológico causado pelo terreno plano… mas o bom humor inabalável!!! rsrsrs
Caminhei por volta de 17km conversando com a Cristina, até chegar em Calzadilla de la Cueza, onde nos despedimos, e segui meu caminho.
Senti que precisava caminhar um pouco sozinha…
Mas pouco tempo depois encontrei outra casal do Brasil, também de São Paulo, o Inácio e a Célia, pessoas muito legais, e caminhei com eles até Ledigos, onde eles iriam se hospedar.
Trocamos e-mail, me despedi e segui novamente sozinha, pelo plano sem fim…
Como companhia tive as pequenas borboletas do Caminho e também milhões de pensamentos que insistiam em me acompanhar…
E caminhei assim, até que surgiu uma dor super forte na minha panturrilha direita, que me obrigou a parar no primeiro albergue que avistei.
Tinha o intuito de ir até San Nicolas del Real Camino ( o que daria uns 35km de trajeto), mas quem decide até onde a gente vai no Caminho é o próprio Caminho!
E, então terminei a caminhada naquele dia em Terradilos de los Templários (26km depois de Carrion) em um albergue particular que fica na beira da estrada, antes mesmo de chegar na cidade de Terradillos, pois não conseguia mais caminhar.
E este foi mesmo o dia de conhecer brasileiros pois ao chegar lá, encontrei mais 4: 3 homens de Santa Catarina e a Tania, muito querida, de Porto Alegre.
E que surpresa boa ao encontrar os paranaenses, Mauricio e David por lá também!!!!
Apesar da minha dor, foi uma tarde gostosa de descanso e conversa ao lado dos brasileiros e da Triny, peregrina do Peru, que voltei a encontrar muitas vezes no Caminho. Neste dia fiz minha primeira e única massagem no Caminho, para tentar amenizar a dor que eu sentia na panturrilha. Peregrina chique eu!! =) rsrsrs
Almoçamos juntos e presenciamos um final de tarde esplêndido com direito a por do sol e lua linda…
Após este espetáculo da natureza, fui chamada para receber a massagem que eu tinha agendado. A massagista era reikiana e conversamos sobre Reik, yoga, Índia, etc. Mas ao sair da massagem comecei a sentir uns calafrios muito estranhos.
Não dei muita atenção pois achei que não era nada grave, apenas uma reação do corpo por eu ter relaxado muito durante a massagem. Então fui dormir.
E isso foi só o começo da pior noite e do dia mais difícil que eu tive durante o Caminho…
Mas isso eu conto no próximo post, ok?
Bom feriado!
Namaste!
Thais
2 comentários:
Seu texto conseguem me transportar pra lá! Muito bom. Mesmo!
Que bom!!!
EU TB VIAJO DE VOLTA QUANDO ESCREVO...
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