8 de outubro de 2013

Pós-Caminho de Santiago (parte II)

Bom dia!

Como escrevi ontem, a semente brotou; e brotou ao sabor do vento, da chuva, do sol, sem que tivesse sido inicialmente por mim cultivada. Mas, agora que o desejo de caminhar se fazia presente, algumas providências precisavam ser tomadas: começar a me preparar fisicamente; comprar o equipamento essencial; comprar a passagem aérea e antes disso ainda, definir a data certa das minhas férias. Tudo isso toma tempo e nem sempre depende só da gente mesmo.

No início de julho, depois que decidi que queria mesmo fazer o Caminho, fui assistir uma palestra na ACACS-SP, Associação dos Confrades e Amigos do Caminho de Santiago aqui em São Paulo. A palestra foi ótima e a cada comentário do Mário, eu tinha 3 ou 4 perguntas para fazer, e fiz. Saí de lá com mais certeza ainda do que eu queria. Além das palestras, a Associação está sempre disponível para esclarecer as dúvidas dos futuros peregrinos, e promove caminhadas preparatórias.  Infelizmente não tive tempo hábil de participar de nenhuma caminhada com eles.

Ainda não sabia ao certo a data das férias, a passagem aérea estava cara, mas decidi começar a caminhar assim mesmo.  Para quem estava fisicamente “parada” há mais de um ano, o segredo foi começar devagar para que o corpo se adaptasse aos poucos. Inclui na preparação física algumas aulas de hidroginástica, que na verdade foi a única atividade que tinha sido liberada pelo meu médico na época. As caminhadas aconteceram num ritmo lento e com aumento de tempo progressivo. Como o tempo que eu teria para caminhar era pouco e precisaria economizar dinheiro pra viajar, troquei o transporte publico pelas caminhadas e passei a fazer tudo a pé em São Paulo. Foi uma ótima maneira de conhecer um pouco mais esta cidade imensa e presenciei belas paisagens na chamada “Selva de Pedra”.

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Comprei uma bota de caminhada para “amacia-la” antes de encarar os 819km que ligam Saint Jean Pied de Port à Santiago de Compostela e comecei a experimentar caminhar com diferentes mochilas para descobrir qual delas se adaptaria melhor a minha vida de peregrina. Ganhei algumas roupas e comprei outras e também comecei a usa-las para caminhar. Estou contando tudo isso porque acredito que essa parte de experimentar antes o material que o peregrino vai usar em Santiago é essencial. Principalmente as meias, as botas e a mochila!

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Depois disso, faltava comprar todo o material de apoio para a Caminhada: lanterna, capa de chuva, toalha-fralda, itens compactos de higiene pessoal, itens de primeiro socorro gerais e específicos para cuidar das bolhas, etc. (vou escrever sobre o material que foi realmente essencial para mim durante a caminhada num outro post). Mas a compra deste material era secundária, o importante era definir a data exata das minhas férias e comprar a passagem. E confesso que foi difícil lidar com essa espera. Não houve meditação, respiração, caminhada, ou qualquer outra técnica que conseguisse fazer sumir completamente minha ansiedade de concretizar o sonho através da compra da passagem.

Mas como dizem, o Caminho começa no momento que decidimos faze-lo, assim como começam as lições do Caminho… 

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Antes de finalizar a postagem de hoje quero compartilhar esta reflexão:

"Não planeje muito, mas esteja preparado para tudo. Hoje, com tanta insegurança no mundo, o intelecto é chamado a planejar e desenhar um futuro estável. Entretanto a resiliência necessária para ser cheio de recursos diante de qualquer coisa não vem de um intelecto planejador. Ela vem de estar sempre pronto, presente no momento, capaz de responder de forma rápida e intuitivamente pelo melhor. Essa atitude surge quando eu desapego das soluções fixas pré-planejadas e vejo o que mais se ajusta à situação presente."(Brahma Kumaris)

Continua…

Namaste!

Thais

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