25 de outubro de 2013

Caminho (parte XVII): e o galo não cantou, mas o roncador…

Buenos dias peregrinos!

Prontos para o oitavo dia de caminhada? Alegre 

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Faltam muitos dias ainda para chegarmos à Santiago de Compostela,…, muitas histórias…  e será que vamos chegar todos lá??

Alguns dias  eu acordo  e me pergunto: será terei  tempo e inspiração para escrever hoje no blog? será que ainda tenho coisas interessantes para contar? será  que terei disciplina de escrever todo dia e chegar ao final da viagem? será que os leitores do blog irão seguir comigo até o final dos posts? Não sei responder, mas hoje estamos aqui: eu escrevendo… e vocês lendo! Smiley piscando

Então bora caminhar!!!

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Saímos não tão cedo do albergue porque precisávamos descansar  e também porque já havia decidido não  ir muito longe neste dia para que o corpo tivesse a oportunidade de se recuperar da maratona do dia anterior. Deixamos o albergue na companhia dos nossos novos amigos do Brasil, todos em busca das flechas amarelas!

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Como havia chuviscado na noite anterior, saímos preparados para chuva!

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Tomamos café da manhã na cidade seguinte a Nájera: Azofra.  Encontramos lá alguns peregrinos que havíamos conhecido no caminho no dia  anterior.

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Quando parávamos nestes bares eu aproveitava para mandar noticias para o Brasil via facebook, já que a maior parte deles tem wi-fi grátis (os albergues nem sempre tem!). Óbvio que meu celular da Tim, apesar de habilitado para falar no exterior não funcionou nenhuma vez. A solução então foi usar os pontos de wi-fi.

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O dia de caminhada foi curto (perto do dia anterior, né!): apenas 22km! Passamos por Azofra, Ciruena e resolvemos já parar para dormir em Santo Domingo de la Calzada, tanto porque estávamos cansados como porque começou a garoar. O albergue era super bom, super confortável com quartos para apenas 10 pessoas e um banho quente delicioso! Tinha até aquecimento no banheiro!

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A cidade de Santo Domingo é envolta numa lenda engraçada que diz: “Santo Domingo de la Calzada, donde cantó la gallina depués de asada”.

A lenda conta que “… no século XIV, um jovem chamado efetuava a sua peregrinação a Santiago de Compostela acompanhado pelos seus pais. Num dos albergues do caminho em que pernoitaram, o jovem mostrou-se indiferente às investidas de uma criada do mesmo, ela por vingança colocou em segredo uma taça de prata na bagagem do rapaz. Na manhã seguinte a mulher chamou os guardas e acusou-o de furto. O rapaz foi julgado e condenado e em seguida enforcado. Porém quando os seus pais foram até o patíbulo para recolher o corpo, ouviram a voz de um anjo anunciando que Santo Domingo havia conservado a sua vida. Os pais do jovem imediatamente procuraram o juiz da cidade e pediram que o rapaz fosse liberado, pois estava vivo e de boa saúde. O juiz estava à mesa e com certa razão, não acreditou na história do casal. A sua incredulidade fê-lo exclamar: - Solto vosso filho quando este galo e esta galinha cantarem novamente – disse o juiz apontando os assados que tinha sobre a mesa. Nesse mesmo instante o galo e a galinha cobriram-se de penas e puseram a cacarejar e a cantar saindo correndo. O juiz soltou o rapaz.” (Fonte: http://www.caminhodesantiago.com.br)

Dizem que desde este dia, na igreja de Santo Domingo de la Calzada, um galo e uma galinha de penas brancas são mantidos vivos junto ao altar, e ao entrar na igreja, se ouvirmos o galo cantar, é um sinal que a peregrinação será bem sucedida.

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O galo não cantou quando eu entrei na igreja Smiley triste, mas mesmo assim acredito que minha peregrinação foi bem sucedida, não foi?!

Terminei o dia na companhia de bons amigos e com um macarrão vegetariano especial preparado no albergue pelo meu amigo gaúcho!

Mas, apesar do albergue ser maravilhoso, não consegui dormir nada nesta noite! No nosso quarto de albergue quase privado  (apenas 10 pessoas), entre nós (eu, Wagner, Lívia, Krasimir e outros amigos peregrinos) tinha um espanhol que ficou conhecido no Caminho com sua fama de roncador! O cara roncava tanto e tão alto que ninguém conseguiu dormir naquele quarto! Um peregrino da Holanda teve um “chilique” no meio da noite, mas o espanhol nem se mexeu, e o holandês muito bravo foi embora as 4 da manhã! rs

Descobrimos que a fama do tal espanhol se espalhou tanto pelo caminho, que as pessoas pediam para mudar de albergue quando percebiam que ele estava hospedado em certo lugar. Contando hoje parece engraçado, mas uma noite mal dormido compromete e muito a caminhada  e o humor do dia seguinte! Mas esta história eu conto amanhã!

Namaste

Thais

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