Bom dia!
Seguimos caminhando até Cirauqui, onde, depois de 31km, decidimos finalmente dormir. Durante o dia, principalmente antes de subir o morro que leva ao Alto do Perdão, conversei com muitos peregrinos e ouvi muitas histórias sobre os motivos que os levaram a fazer tal Caminho. As razões variam muito. Desde a morte de entes queridos e término de relacionamentos afetivos, até desafio físico, imersão numa outra cultura, férias diferentes, etc., e reforço da fé em Deus.
Ouvi histórias românticas também, como de pessoas que se conheceram lá e estavam agora fazendo o Caminho de novo para comemorar 25 anos de casados, por exemplo. A grande parte das pessoas que conversei pareceu estar em um momento de mudança na vida, buscando tempo para refletir, para se recompor, para se encontrar…
Este é um tema que ainda quero retomar no final das postagens sobre o Caminho!
Ao chegar em Cirauqui, fomos recepcionados por um espanhol que, orgulhoso da sua cidade, contou várias histórias sobre ela e sobre a igreja ali construída, nos chamando a atenção para a imagem de uma sereia na porta de entrada. Nesse dia, fui pela primeira vez assistir uma missa na Espanha, na pequena igreja que ficava na frente do albergue.
Não me lembro agora a história que ele contou sobre a sereia, ou talvez eu nem a tenha entendido direito, já que não falo espanhol. Aliás, após 4 dias caminhando, eu posso afirmar que falei inglês com todas as pessoas que conheci. Falar espanhol só me fez falta para pedir comida nos restaurantes, mas daí, meu amigo gaúcho me ajudou.
De qualquer forma, voltei ao Brasil querendo muito aprender espanhol. Não porque o espanhol fez falta ao longo do Caminho, porque mesmo depois que fiz amizade com alguns espanhóis, com um pouco de boa vontade a gente conseguia se comunicar bem por causa da semelhança com a língua portuguesa. Mas quero aprender espanhol porque me encantei com a sonoridade da língua, com as palavras em espanhol que aprendi e com as pessoas da Espanha que conheci.
Nesse dia, encontramos também Krasimir no albergue, nosso amigo da Bulgária, que foi à missa conosco e, sem entender espanhol, ficou meio perdido na cerimonia. Terminamos o dia rindo muito por causa da “atuação” dele na missa. Aliás, ele foi uma das pessoas mais divertidas e ao mesmo tempo solidárias que conheci no Caminho. Na manhã seguinte começamos o dia caminhando os 4 juntos… mas contarei mais na próxima postagem!
Buen Camino!
Namaste
Thais
Nenhum comentário:
Postar um comentário