Bom dia!
Pois é…, e o Caminho não é para ser feito sozinho???
Eu acreditava muito nisso! Foi sonhado e planejado para ser feito sozinho, mas… vou contar o que aconteceu!!!
Conheci uma pessoa quando fui na reunião da Associação de São Paulo. Fui eu quem fez o primeiro contato com ela. Perguntei se ele iria fazer o Caminho sozinho e ele me respondeu: “Claro que sim! O Caminho é para ser feito só!”. Pensei: “Que bom! Ele pensa como eu!”
Como ele não pode ficar até o final da palestra (pois tinha um voo marcado para sua cidade), trocamos e-mail para que eu pudesse repassar as dicas que ele iria perder naquele dia. Mandei as informações por e-mail, ele me adicionou no Skype e trocamos algumas outras informações. Ele havia comprado a passagem para o dia 24 de agosto (eu acho) para Madrid e eu ainda não tinha data definida, mas com certeza eu começaria o Caminho bem depois dele. Mas, ele teve que viajar a trabalho e adiou a data do seu voo e eu consegui compensar uns dias no trabalho e adiantei minha viagem. O fato final é que sem combinar nada compramos passagem para o mesmo dia e inclusive para o mesmo voo. Coincidência??
Este fato fez com que começássemos a falar sobre o começo do Caminho: como fazer para chegar em Saint Jean (ônibus ou trem), onde ficar, caminhar ou não até Roscenvalles no primeiro dia ou ficar em Orisson, etc. Senti que ele me incluía nos planos como se fossemos caminhar juntos e isso muito me preocupou: Ué, o Caminho não era para ser feito só? E agora, como vou me “livrar” dele? Esse fato virou até assunto de terapia! rs
Estou contando tudo isso porque considero essa outra grande lição do Caminho: ser flexível !!! Ter a mente aberta e soltar os pré-conceitos, as pré-concepções, seja sobre o que for! Não que ser flexível seja tão simples assim. As vezes temos que sentir dor para perceber isso... mas vou escrever mais sobre dor em outra postagem.
O fato foi que começamos e terminamos o Caminho de Santiago juntos (mas não andamos juntos todos os dias, e depois explico melhor essa parte da história também). E foi perfeito como foi.
Ele foi um dos grandes presentes do Caminho, um grande amigo, alguém que me ajudou muito a refletir, a transformar ideias, a enxergar a vida por outro ponto de vista… Percebi que o autoconhecimento vem de uma atitude interna, de uma pré-disposição, e não de ideias pré-concebidas, como: “tenho que andar sozinha para refletir”. Percebi ainda, que muito melhor que caminhar sozinha é caminhar ao lado de pessoas como ele ! E essa lição serve para a vida toda, e não só para o Caminho de Santiago!
Gratidão meu grande amigo por caminhar ao meu lado!
Ah, mas esta história está só começando…
Namaste
Thais
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