19 de outubro de 2011

Somente o necessário:

Excessos costumam ser mais prejudiciais que as faltas!

Embora as pessoas reclamem com imensa frequência daquilo que não
possuem, existe outra questão que merece toda a nossa atenção: aquilo
que possuímos em excesso.

Aliás, os excessos costumam ser mais prejudiciais que as faltas, mas
demoram mais para serem percebidos. As faltas nós notamos
imediatamente, os excessos só quando despertam a nossa consciência.
Comemos em excesso (observe você mesmo), trabalhamos em excesso (anda
cansado, não é?), guardamos coisas em excesso (dê uma olhada em suas
gavetas), nos importamos em excesso com a opinião dos outros... Há um
excesso de preocupações e acúmulo de “gorduras” em diversas áreas de
nossas vidas.
Em geral, possuímos mais do que necessitamos para ser feliz, mas
continuamos insistindo na desculpa de que não somos felizes porque nos
falta alguma coisa. E de fato falta: falta assumirmos um estilo de
vida mais franco, sincero e liberto.

Tudo o que temos em excesso demanda tempo e energia para ser
administrado. Roupas demais, CDs demais, bagunça demais, lembranças
demais (fique com as que valem a pena, pelo aprendizado ou felicidade
que trouxeram), compromissos demais, pressa demais.

Todos nos beneficiaremos com a prática de determinado nível de
minimalismo (sem excessos, porque isso também pode ser demais).
Podemos reinventar nossa maneira de viver para viver com o necessário.
Não precisa ser o mínimo necessário, pode haver algumas sobras, mas
sem os exageros de costume.

Viver melhor com menos. Isso traz uma sensação de leveza e felicidade
tão maravilhosa que todos devemos, ao menos, experimentar. Na melhor
das hipóteses, aprendemos e adotamos um novo estilo de vida.

Quem está em processo de mudança, reconhece rápido o quanto acumulou
de coisas em excesso, e aprende que pode viver tão bem, ou melhor, com
muito menos!

Se vamos acampar, somos felizes apenas com uma mochila...

Liberte-se dos excessos de todo o tipo: excesso de informação (aliás,
muita coisa é só ruído, nem mereceria sua atenção); excesso de
produtos e serviços (consumismo é uma válvula de escape para não
olharmos para nossa própria existência e para o vazio que buscamos
inutilmente preencher com compras); excesso de relacionamentos (nem
todos valem a pena, não é verdade?). Viva mais com menos, experimente
algum nível de minimalismo. Permita-se sentir-se livre dos acúmulos e
excessos.

Nada é mais gratificante que a liberdade, a sensação de que você se
basta sem precisar de um arsenal de coisas, sons e cores a seu redor.
Dedique-se a experimentar essa libertadora sensação. Quem sabe viver
com pouco, sempre saberá viver em quaisquer situações, mas aqueles que
só sabem viver com muito, nas mínimas provações e ausências sofrem e
se desesperam. Esses últimos se confundiram com seus excessos... e na
falta deles, não se reconhecem.

Nunca sabemos se viveremos com o que temos, com mais ou menos no dia
de amanhã, mas se aprendermos a viver com o que é essencial, viveremos
sempre bem.

Todo excesso é energia acumulada em local inapropriado, estagnando o
fluxo da vida. Excesso de excessos corresponde à falta de si mesmo. E
se o que te falta é você, nada poderá preencher esse vazio..

por Carlos Hilsdorf

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