12 de julho de 2008

Sobre ser livre:
"Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:Um dia,muito tempo antes de muitos deuses terem nascido,despertei de um sono profundo e notei que todas minhas máscaras tinham sido roubadas-as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente,gritando:
-"Ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei à praça do mercado,um garoto trepado no telhado de uma casa gritou:
-"Êh um louco!".
Olhei para cima, para vê-lo.O sol beijou pela primeira vez minha face nua.Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei
-"Benditos, benditos ladrões que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança na minha loucura:
a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."
(Kahlil Gibran)

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