21 de janeiro de 2014

Caminho de Santiago: um amigo ou um anjo?!

Bom dia!

Depois de muito tempo sem escrever sobre o Caminho, aqui estou eu novamente, pra compartilhar minha caminhada com vocês!!! Feliz de estar de volta!!! Vamos caminhar?!?

Bom, no meu décimo segundo dia de caminhada, resolvi repetir a aventura da manhã anterior e, mais uma vez, sair para caminhar cedinho com o Mauricio e o David.

Saímos as 6h da manhã, caminhando sob um céu prateado de estrelas…lindo de viver!

Nestes dias estava amanhecendo  em algum horário entre 7h30 e 8h da manhã e anoitecendo entre 21h e 21h30.

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Caminho plano ou “plenitude”(segundo o David, rs)  e paisagens incrivelmente belas…

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Depois de algumas horas de caminhada, paramos para tomar café em Fromista…

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E seguimos…

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E as lavandas surgiram para perfumar a nossa manhã…

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Depois de 3 horas caminhando, não foi possível acompanhar mais o ritmo dos meus amigos paranaenses, então decidi avisa-los que eu seguiria sozinha e os encontraria mais adiante…

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E o caminho seguiu beirando a estrada… e atravessando cidades…

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Naquela manha, tinha feito muito frio e para acompanha-los eu caminhei mais rápido do que eu estava habituada e acabei forçando minhas articulações, principalmente  atrás do joelho esquerdo. E a dor foi piorando conforme eu caminhava e cheguei a pensar que aquela dor pudesse ser algo grave que me impedisse de terminar o caminho. Pensei naquele dia que não chegaria até Compostela andando…

Por volta de um hora após eu ter me “despedido” deles, a dor estava tão intensa que eu caminhei mancando  e não via a hora de chegar na próxima cidade para descansar. Parei algumas vezes para alongar, mas a dor permanecia lá. Além disso, o caminho estava monótono, seguindo do lado da estrada, o que não colaborava para que eu me distraísse, e eu estava sozinha, sem ninguém para conversar.

E, foi nesse momento de muito desanimo e dor, que surgiu um carro, saindo do meio do campo e parou um pouco antes do Caminho cruzar com a estrada, me dando passagem. Desceu do carro, um senhor usando uma boina, com um saco de balas e me ofereceu uma bala. Agradeci e respondi que não queria, mas ele insistiu e peguei uma bala. Daí, ele me contou  que durante muitos anos tinha sido hospitaleiro em alguns albergues do caminho e me ofereceu o carimbo dele para colocar na minha credencial. Eu (desconfiada como todo brasileiro) repeti que não precisava, mas ele insistiu e aceitei. O tal senhor perguntou meu nome, carimbou minha credencial e escreveu:

“Ama a Deus e ao próximo, e tudo lhe será dado.”

Me entregou a credencial, me deu um abraço, me disse para sempre sorrir porque eu era “linda como o céu” e me ofereceu mais balas. Agradeci e me despedi  dele.

o fato foi que ao voltar a caminhar, percebi que a dor atrás do meu joelho, assim como o cansaço e as outras dores, haviam sumido completamente.

Dei, alguns passos e vi que um peregrino se aproximava ao longe e resolvi espera-lo.  Voltei alguns passos e pedi para que ele tirasse uma foto minha com aquele anjo que após ter cruzado meu caminho, fez com que a minha dor sumisse.  O nome do meu amigo anjo era Pepe, e a prova que ele era real é esta foto (se não tivesse foto eu ainda me perguntaria se ele existia mesmo ou não!).

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Não sei como, mas aconteceu!  Se foi o abraço, a bala, o descanso, o carinho, se foi Deus …, o fato é que caminhei o restante do dia sem dor alguma e esta dor atrás do joelho não apareceu mais até o final do caminho!

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Aliás, caminhei tanto e com tanta disposição que até passei pela cidade onde ficaram meus amigos do Paraná, seguindo até Carrion de los Condes, completando 36km de caminhada naquele dia!!!!

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E próximo a Carrion, encontrei outros dois brasileiros, um de BH e outro do Rio, Hildeberto e Elias, e caminhei com eles até chegar no albergue de Carrion.

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… e o albergue de Carrion de los Condes foi o melhor albergue de todos que fiquei. Mas vou contar sobre ele no próximo post!

Hoje foi o dia de contar do meu amigo anjo Pepe…

Buen camino!!!

Namaste

Tha

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