24 de agosto de 2013

Sentidos e sentimentos pré-peregrinação…

 

Uma aluna muito querida me emprestou  um  livro sobre o Caminho de Santiago (Caminhos de Santiago de Cadmo Soares Gomes, Editora Nova Era, RJ, 2001). No livro, o autor narra sua experiência por diferentes caminhos que levam a Santiago de Compostela.

O livro é bem interessante para ter uma idéia do Caminho, mas suponho que nunca dará uma impressão real do que cada um viverá, pois acredito que cada caminho está condicionado ao caminhante, a intenção  e busca de cada um, e a sua história de vida. De qualquer maneira, talvez em algum momento, todos os caminhos se cruzem. O que quero dizer, é que qualquer que seja a experiência vivida, penso no caminho como uma jornada de autoconhecimento e de aprendizagem de si e do mundo!

velho-caminhando

O Autor conta que embora seja um caminho  ligado a religião, acredita que não teve experiência religiosas, ou com qualquer coisa “sobrenatural”. A experiência que teve diz respeito a ele próprio e sua relação com os outros. Ele afirma que não buscava nada no Caminho, apenas “férias diferentes”, mas que durante a peregrinação encontrou a si próprio:

“Tornei-me mais receptivo aos outros, aprendi muito sobre solidariedade, sobre o que é supérfluo e o que é imprescindível. Mais que tudo, aprendi muito sobre mim. Poderia dizer que o que há de especial no Caminho é a possibilidade de estar consigo mesmo, de se descobrir. É óbvio que não é necessário ir a Espanha para isso, mas a distância de casa, as situações inusitadas ali vividas, o inesperado, a criatividade que se faz necessária naquele dia a dia cheio de surpresas, tudo funciona como um catalisador  naquele sentido. Diria que o Caminho de Santiago acelera o processo de autoconhecimento (p.208).”

O autor  cita ARRAIZA (1993), segundo o qual peregrinar é um imagem-modelo de vida. Segundo Arraiza, na Peregrinação:

“ … caminham junto a nós companheiros invisíveis, todas as pessoas do passado que levamos em nós,  aquelas a que voltaremos ou não voltaremos a ver mais.  E são para nós irmãos-peregrinos ao nosso lado, cada  um com sua carga invisível e também visível ( op. cit., p.209).”

 

Faltam 5 dias! Vamos caminhar?

Namaste

Thais

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