21 de setembro de 2012

Alguns trechos do livro: O lobo da estepe de Hermann Hesse


Acabei de ler este livro hoje e não vou fazer um resumo aqui, mas fiquei com vontade de postar alguns trechos desta história intrigante de Hermann Hesse e quem sabe desperte a curiosidade de alguém! 
O livro não é fácil, é “estranho”,  RARO como diria o autor, faz pensar, sentir…
O personagem principal, Harry, apresenta um permanente mal-estar por sentir-se inadequado à sociedade  em que vive,  à burguesia. Por isso ele se define como um"Lobo da Estepe". Carpe diem!!!
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“Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível”.
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“Solidão é independência, com ela eu sempre sonhara e a obtivera afinal após tantos anos. Era fria, oh! Sim! Mas também era silenciosa e grande como o frio espaço silente em que giram as estrelas”.
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“... nele o homem e o lobo não caminhavam juntos, nem sequer se ajudavam mutuamente... e quando há dois inimigos mortais num mesmo sangue e na mesma alma, então a vida é uma desgraça.”
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“Mesmo aquele que não tem em seu interior um lobo, nem por isso pode ser considerado mais feliz. E mesmo a mais feliz das existências tem seus momentos luminosos... Assim parecia acontecer ao Lobo da Estepe.”
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“E assim tinha de ser pois Harry, como toda pessoa sensível, queria ser amado como um todo e, portanto, era exatamente com aqueles cujo amor lhe era mais precioso que ele não podia de maneira alguma encobrir ou perjurar o lobo”.
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“... pouco a pouco, foi transformando em seu interior essa tendência (suicida) numa filosofia que era, na verdade, propensa a vida”.
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“O burguês tentará caminhar entre ambos, no meio do caminho. Nunca se entregará à embriaguez ou ao asceticismo; nunca irá ser mártir nem consentirá sua autodestruição, mas, ao contrário, seu ideia não é a entrega, mas a conservação do seu eu...”
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“Ele (Harry) suspeita e teme a possibilidade de um encontro consigo mesmo, e está cônscio daquele espelho no qual tem uma necessidade tão amarga de olhar-se e no qual teme mortalmente ver-se refletido.”
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“A divisão entre homem e lobo, em impulso e espírito, ...é uma grosseira simplificação, uma violentação do real em favor de uma explicação plausível porém errônea da desarmonia que esse homem encontra em si...”
“ E quem aspira a outra coisa e traz em si o heróico e o belo, a veneração pelos grandes poetas ou a veneração pelos santos, não passa de um louco ou de um Quixote”.
“Ah, Harry! Quanta miséria e desatino temos de passar para chegar em casa!”
“Não sou um homem moderno, nem também um antiquado. Estava fora do tempo e me arrastava em direção a morte, que desejava”.
“Aquele esplendor nos olhos embriagados de um homem liberto de si mesmo…”
Sobre dançar: “ Eu não tinha pensamentos. Flutuava imponderável no torvelinho da dança, comovido pelos perfumes, os sons, os suspiros e as palavras, saudados por olhos estranhos, rodeado por estranhos rostos, lábios, braços, peitos, joelhos levado daqui para lá ao compasso da música como uma onda”.
Você tem andado frequentemente desgostoso da vida e com ânsias de deixá-la, não é verdade? Tem ansiado abandonar este tempo, este mundo, esta realidade, e entrar numa outra realidade que lhe seja mais adequada, num mundo intemporal. (…) Você já sabe onde se oculta esse outro mundo, já sabe que esse outro mundo que busca é a sua própria alma. Só em seu próprio interior vive aquela outra realidade que anseia. nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo (…). Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave”.
“O senhor mesmo pode formar e viver no futuro um jogo de sua própria vida á sua vontade, desenvolvendo-o  e enriquecendo-o; está em suas mãos fazê-lo”.
“Aprenda a levar a sério  o que merece ser levado a sério, e a rir de tudo o mais”.































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