17 de abril de 2011

Há muitas centenas de anos, um rei e seu exército viajaram pelas altas montanhas da Índia para mostrar à gente simples sua riqueza e onipotência. De tudo, o mais impressionante era o pujante elefante do rei, cujo tamanho e força atemorizaram a ralé.

Um dia o séqüito do rei montou acampamento nos arredores de uma pequena aldeia onde todos os habitantes eram cegos. À noite vários homens cegos penetravam as escondidas no acampamento, esperando descobrir a verdade obre aquela extraordinária criatura, de maneira que pudessem partilhar a descoberta com os vizinhos cegos. Quando voltaram para aldeia, relataram com grande entusiasmo os fatos que haviam reunido.

- É grande e áspero – disse o cego que havia tocado na orelha do elefante -, e se move na brisa como uma pesada tela de tapeçaria.

- Não, não, realmente não é nada disso – interrompeu o cego que havia passado as mãos na tromba do elefante. – Na verdade é uma poderosíssima cobra de pele áspera que se enrosca e desenrosca, mas não dá o bote.

- Permita-me discordar – disse o homem que havia tocado nas pernas do animal -, pois é sólido e firme como uma árvore com um tronco áspero e enrugado.

Cada um dos cegos havia tocado apenas uma parte do animal, mas cada um deles acreditava que compreendia o todo.

Porque tinham moldado a realidade de acordo com suas percepções limitadas, a verdade permaneceu desconhecida.

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